O PADRÃO CONVENCIONAL DE ADENSAMENTO
A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPOUS) de Belo Horizonte define a zonas urbanas por densidade de ocupação. ZA's são zonas já adensadas; ZAP's são zonas de adensamento preferencial; ZAR's são zonas de adensamento restrito.
O principal argumento em favor do adensamento é a melhor ultilização dos serviços urbanos (água, esgoto, energia, transportes, equipamentos, etc.). Em contrapartida, a restrição ao adensamento se dá, sobretudo, por razões de ordem ambiental. Áreas de preservação ou geologicamente delicadas devem ser pouco ocupadas ou mantidas intactas. Consideramos que, em princípio, essa é uma lógica consistente de ocupação.
Porém, a maneira como o adensamento se faz na prática da produção formal de unidades habitacionais e as consequências que essa prática tem para os espaços de moradia são aspectos que merecem reflexão. Via de regra, geram-se situações como a exemplificada abaixo:

  

O exemplo apresenta uma densidade de cerca de 1000 habitantes por hectare, em edifícios de 8 pavimentos. Também é comum o mesmo tipo de implantação com edifícios de 4 pavimentos, sem elevador, levando a uma densidade de cerca de 500 habitantes por hectare. Nos dois casos, o problemas mais evidentes são:
- falta de luz e ventilação em grande parte dos apartamentos, devida à altura e à proximidade dos prédios e ao fato de haver todas as orientações serem utilizadas indiscriminadamente;
- visadas restritas e pouca privacidade, principalmente nos blocos centrais, cercados por outros blocos;
- áreas térreas coletivas de pouca utilização e pouco controle pelos moradores;
- custos altos de manutenção condominial;
- movimentos de terra expressivos, para a implantação dos blocos em platôs, sem adequação específica a cada sítio;
- pouca ou nenhuma possibilidade de interferência dos moradores no próprio espaço;
- manutenção difícil, tanto das áreas coletivas como de fachadas e coberturas, já que qualquer ação nesse sentido precisa ser acordada entre muitas pessoas e exige equipamentos e mão-de-obra especializados;
- paisagens urbanas monótonas e desarticuladas.
Os projetos aqui reunidos - elaborados por estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo da EA-UFMG - são tentativas de criação de tipologias alternativas a este modelo convencional, que mitiguem os problemas acima apontados, mantendo, entretanto, densidades em torno de 500hab/ha.