PASSO A PASSO:
Em uma estrutura de concreto armado, enquanto o concreto resiste à compressão, são as barras de aço em seu interior que resistem às forças de tração. Assim, os dois materiais funcionam em conjunto para deixar de pé edificações das mais variadas formas.
Uma armação para uma viga, uma cinta, um pilar ou um tubulão é formada por barras retilíneas (retas) de bitola maior ligadas por estribos normalmente de bitola menor. Chama-se de estribo as baras de aço dobradas em uma forma fechada, que são distribuidas à intervalos regulares ligando as barras retilíneas. Os estribos servem para apoiar a armadura durante o processo de concretagem, para que esta mantenha sua posição, e também resistem ao esforço transverso, sendo importantes estruturalmente (IMAGEM 02).
No caso das lajes maciças moldadas em loco, as barras são distribuidas uniformemente sobre a fôrma formando uma malha, esta malha está dispostas na porção inferior da massa da laje. A distância entre as barrras desta malha também deve ser dimensionada por um engenheiro. Quando se deseja fazer um balanço (chama-se de balanço quando a laje se extendo um pouco além da linha dos pilares) é necessário acrescentar as ferragens negativas, que ficarão dispostas na porção superior da massa da laje (IMAGEM 03).
Para montar uma ferragem é preciso primeiro cortar as barras retilíneas na dimensão desejada, dobrar os estribos na forma desejada, amarrá-los às barras e então posicionar a ferragem corretamente para enfim concretar a estrutura.

CORTAR
As barras de bitola menor podem ser cortadas com um alicate, mas para cortar as barras de bitola maior é necessário um pequeno equipamento que funciona pelo princípio da alavanca (VÍDEO 01).

DOBRAR
Para dobrar as ferragens necessita-se de uma superfície firme de apoio, normalmente utiliza-se um pranchão, que é tábua pesada de madeira, sobre cavaletes, essas tábuas costumam ser reaproveitadas de uma obra para outra, emprestadas ou mesmo alugadas pelo período necessário.
Para dobrar uma barra é necessário utilizar o princípio de alavanca. Sob a tábua pesada de madeira, fixe pregos ou ripas de madeira, formando o desenho que deseja impôr à ferragem. É interessante que estes prégos já determinem também os comprimentos das dobras, assim não será preciso medi-las o tempo todo.
Então, posicione a ferragem entre os pregos e ripa e, utilizando uma canaleta metálica como apoio, puxe com força para dobrar (IMAGEM 04 e VÍDEO 02).
É possível dobrar as ferragens em qualquer formato utilizando ripas e pregos como apoio, por exemplo dobrar círculos para a ferragem de um tubulão (IMAGEM 05).
Quando a bitola que se deseja dobrar é muito grossa a combinação de pregos, ripa de madeira e canaleta metálica podem não ser suficientes para apoiar e servir de alavanca. Nesse caso pode-se comprar ou mandar fazer uma peça metálica única que realize o papel de aopio (IMAGEM 06) e utilizar um cano metálico como alavanca (IMAGEM 07).

AMARRAR
Uma vez dobradas, é preciso amarrar estas ferragens para que unidas elas tomem a forma da estrutura a ser concretada. Improvise um suporte para as barras retilíneas e com um arame envolva cada emenda entre as ferragens então, utilizando um alicate universal, enrrosque as duas pontas do arame algumas vezes e então corte-o (VÍDEO 03).
Essa operação é repetida inúmeras vezes para se montar a ferragem de uma fundação, pilar, viga ou laje. Lembre-se que as distâncias entre os estribos também deve ser recomendada por alguém que tem experiência no assunto de acordo com a estrutura que se deseja concretar.

POSICIONAR
Para posicionar a ferragem de uma fundação ou pilar, o mais importante é certificar-se de que a armadura está no prumo. Chama-se de “prumo” um objeto utilizado desde a antiguidade para assegurar que a construção está perfeitamente de pé, ou seja, na posição vertical. Uma estrutura que está “no prumo”, está perfeitamente reta na vertical.
A verificação do prumo é extremamente importante para uma obra e trata-se de um processo muito simples. O objeto “prumo” consiste essencialmente em um peso amarrado a uma linha, basta segurar esta linha até que ela esteja parada e esticada, o mais próximo possível da estrutura que se deseja verificar, por exemplo, no centro da armação de um tubulão, então compara-se visualmente a posição da ferragem com a posição da linha ajustando a posição da ferragem até que esteja aceitavelmente parecida com a da linha (IMAGEM 08).
As ferragens de pilares devem sempre posicionadas sobre esperas (IMAGEM 09). Chama-se de “espera” a ferragem que sobra, acima do concreto, ela tem a finalidade de receber as amarrações das ferragens dos pilares que virão a seguir, assim todas as ferragens de uma casa ficam conectadas entre si, fazendo com que estrutura da casa funcione como um todo. Por isso muitas vezes se observa ferragens sobrando sobre a laje, é sinal de que o morador pretende algum dia, fazer um segundo pavimento.
Antes de posicionar as ferragens para a concretagem de uma cinta ou fundação, recomenda-se compactar o fundo do furo ou vala socando-o. Isso pode ser feito com um instrumento improvisado que consiste em uma lata com um cabo de vassoura concretado dentro dela (ver processo MOVIMENTAÇÃO DE TERRA).
Para posicionar a ferregem de uma laje maciça inicialmente marque com um giz na própria forma ou em uma ripa de madeira a distância entre as barras, isso ajuda a posiciona-las corretamente (IMAGEM 10). Então posicione as barras em uma direção seguidas daquelas da direção oposta e amarre-as com arame, utilizando um alicate. Finalmente posicione as armaduras negativas onde forem necessárias.
As armaduras negativas, armaduras posicionadas na porção superior da laje, acima da malha (IMAGEM 03), são necessárias quando se tem um balanço. Chama-se “balanço” quando a extremidade da laje não se encontra apoiada por pilares, ela está suspensa, como uma marquise, por exemplo.
Uma vez posicionadas as ferragens pode-se iniciar a concretagem (ver processo CONCRETGEM).