processo CONCRETAGEM
OBSERVAÇÕES: Os princípios básicos para uma boa concretagem são:
As ferragens devem ficar completamente cobertas por concreto, uma superfície aparente da armadura significa um risco de oxidação. Em contato com o ar as ferragens enferrujam, perdendo sua capacidade de resistir aos esforços, portanto cuidados devem ser tomados antes e durante a concretagem para que isso não ocorra.
A vibração do concreto é extremamente necessária, pois sem ela o concreto pode não ocupar todos os espaços dentro da fôrma, deixando buracos que não só prejudicam esteticamente o resultado da concretagem, como a comprometem estruturalmente.
Antes de começar a concretagem certifique-se de utilizar uma massa no traço (proporção entre areia, cimento, brita e água) adequado. Um ingrediente em falta ou em excesso pode prejudicar a qualidade da estrutura (ver processo FABRICAÇÃO DE MASSA).
Certifique-se também da estabilidade de suas fôrmas, uma fôrma mal feita ou frouxa pode significar desperdício de massa e deformações na estrutura desejada (ver processo MONTAGEM DE FÔRMAS).
INSTRUMENTOS: Carrinho de mão, baldes/latas, escada portátil, vibrador ou martelo, carrinho de mão, régua de madeira e colher de pedreiro.
MATERIAL NECESSÁRIO: Concreto no traço desejado.

PASSO A PASSO:

FUNDAÇÕES
Uma vez finalizada a escavação (ver processo ESCAVAÇÃO DE FUNDAÇÕES) e posicionadas as ferragens (ver processo ARMAÇÃO DE FERRAGENS) é recomendada a disposição de uma fina camada de brita sobre a terra no fundo das valas de fundação antes de começar a derramar o concreto.
Então inicie a preparação da massa (ver processo FABRICAÇÃO DE MASSA), procure fazê-lo o mais próximo possível ao local da concretagem ou então, transporte a massa com o carrinho de mão (IMAGEM 01) e despeje-a nas valas até que as ferragens estejam cobertas.
Diferentemente dos pilares, vigas e lajes, não é tão importante que a fundação seja concretada toda de uma só vez, pode-se concretar cada tubulão separadamente e então concretar a cinta, por exemplo.
Durante a concretagem deve-se levantar levemente as ferragens das cintas, utilizando algum tipo de gancho improvisado, permitindo que o concreto ocupe algum espaço abaixo da armadura.
Ainda com o concreto mole posiciona-se então as esperas dos pilares. Chama-se de “espera” a ferragem que sobra, acima do concreto, ela tem a finalidade de receber as amarrações das ferragens dos pilares que virão a seguir, assim todas as ferragens de uma casa ficam conectadas entre si, fazendo com que estrutura da casa funcione como um todo. Não se esqueça de conferir meticulosamente a posição das esperas, se possível mais uma vez utilizando o gabarito como referência, e se elas se encontram perfeitamente no prumo (IMAGEM 02 e 03).

PILARES
Uma vez finalizada a montagem da fôrma (ver processo MONTAGEM DE FÔRMAS) e posicionadas as ferragens (ver processo ARMAÇÃO DE FERRAGENS), comece a preparar a massa (ver processo e FABRICAÇÃO DE MASSA) e inicie a concretagem.
Mais uma vez procure preparar a massa o mais próximo possível ao local da concretagem ou transporte-a com o carrinho de mão e então com o auxílio de uma escada e uma lata/balde, despeje o concreto dentro da forma do pilar (IMAGEM INICIAL).
Não se esqueça de vibrar o concreto, caso não tenha disponível um vibrador (IMAGEM 07), a cada 3 ou 4 baldes/latas de concreto despejado, dê algumas marteladas laterais na fôrma para que o concreto assente, preenchendo todos os espaços vazios.

VIGAS e LAJES
Normalmente vigas e lajes são concretadas conjuntamente, como um único elemento. O que torna a concretagem de uma laje mais desafiadora é o fato de que deve ser concretada toda de uma só vez, para que não existam emendas no concreto que possam prejudicar sua integridade.
Aqui trataremos da concretagem de uma laje maciça, mas existem outros tipos de laje, como a laje pré-fabrigada utilizando vigotas e tijolos, que são mais baratas e atendem perfeitamente às necessidades estruturais de uma casa.
Uma vez finalizada a montagem da fôrma (ver processo MONTAGEM DE FÔRMAS) e posicionadas as ferragens (ver processo ARMAÇÃO DE FERRAGENS), certifique-se de ter colocado no lugar todas os pontos de passagem e tubulações elétricas e hidráulicas (ver processos INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS e INSTALAÇÕES ELÉTRICAS), então comece a preparar a massa (ver processo e FABRICAÇÃO DE MASSA) e inicie a concretagem.
A concretagem de uma laje com fabricação de massa no local é um processo que exige grande esforço físico e necessita de muitos homens trabalhando juntos para que seja finalizada em um só dia. Portanto é comum que se convoque amigos, familiares e vizinhos para dar uma força nessa etapa da obra.
Em muitas obras já se pode optar por comprar o concreto pronto, misturado no traço desejado, que é entregue no local da obra por caminhões betoneira e então bombeado para a laje (IMAGENS 04, 05 e 06 e VÍDEO 01). Esse tipo de fornecimento representa uma enorme agilização do processo, mas só é viável para quantidades acima de 3m³ e para obras não muito distantes das usinas ou concreteiras, por questão de custo.
Em ambos os casos é preciso tomar os mesmos cuidados durante a concretagem: vibrar o concreto frequentemente a medida que é despejado, seja utilizando um vibrador (IMAGEM 07) ou batendo na fôrma com, por exemplo, um cabo de vassoura.
E alizar a superfície superior do concreto, garantindo que a laje apresente a espessura desejada em toda sua extensão. É útil nesse momento ter um tipo de guia para ter certeza da espessura da laje, para facilitar, ferragens dobradas como na IMAGEM 08, na altura desejada podem ser posicionadas antes da concretagem e tomadas como referência. Então, calçando galochas, pise sobre o concreto mole e utilize uma régua de madeira para aliza-lo (IMAGEM 09), a colher de pedreiro também pode ajudar na finalização do acabamento.

GELO BAIANO
Para que a armadura inferior da laje maciça não fique exposta após a concretagem é recomendado utilizar gelos baianos. Chama-se de gelo baiano um pequeno quadradinho de cimento que é posicionado abaixo da ferragem a intervalos regulares antes da concretagem, impedindo que a ferragem fique colada na fôrma e não receba uma camada de concreto abaixo de si. Os gelos baianos podem ser fabricados no próprio canteiro:
Pregue ripas de madeira sobre as bordas de um madeirite fazendo uma pequena moldura, então preencha-o com massa e com um régua fina desenhe sobre a massa ainda molhada o recorte dos quadradinhos que formarão os gelos baianos.
Finalmente posicione um arame com as duas pontas voltadas para cima em cada quadradinho, o arame serve para que o gelo seja amarrado na ferragem e não saia do lugar durante a concretagem (IMAGEM 10).
Quando a massa estiver seca, em um dia ou dois, quebre os gelinhos separando-os, pequenas pancadinhas fazem com que eles se soltem uns dos outros onde foram feitas as marcas (IMAGEM 11).

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