escadômetro

O escadômetro serve para calcular escadas. Inserindo nele a altura total que a escada deve vencer (do piso de um pavimento ao piso do outro), ele fornece opções, mais confortáveis ou mais íngremes, com quantidade e medidas dos degraus e comprimento total. O escadômetro existe em papel (um gabarito do tipo volvelle) e digital.

analógico

digital








como montar o escadômetro em papel

A versão original e analógica do escadômetro, na forma de um volvelle, está disponível para imprimir e montar conforme as instruções a seguir.

 

download

1. Imprima este arquivo (duas folhas A4), de preferência numa impressora colorida e em cartolina ou papel de maior gramatura, e recorte os dois discos.

2. Fure as bolinhas onde aparecerão os números na primeira folha do escadômetro. use um furador de papel ou use um lápis para fazer um furo inicial e recorte com uma tesoura ou estilete os excessos em cada bolinha.

3. Sobreponha os dois discos do escadômetro, com o dos números por baixo, e prenda um no outro com um alfinete no centro ou com dois botões costurados de cada lado.

 

sobre a ideia do escadômetro

Começamos a pesquisar maneiras de facilitar o cálculo de escadas anos atrás, depois de levantamentos em moradias autoproduzidas, em que vimos que as escadas são um ponto crítico. As pessoas costumam subestimar o espaço que uma escada confortável ocuparia. Aí, as escadas ficam irregulares, com degraus desiguais. Os acidentes são comuns.

 

Entrevistando pedreiros que prestam serviço a autoprodutores, notamos que a maioria aprende a construir escadas em canteiros formais, em que existe um projeto que define sua posição e suas medidas. "Obras com projeto” foi uma frase recorrente nas conversas. Então, quando esses pedreiros trabalham em obras sem projeto, sabem medidas de espelho e piso, mas não a lógica do desenho de arquitetos e engenheiros para definir a escada como um todo. Recorrem a estratégias de tentativa e erro. Um pedreiro nos contou, por exemplo, que inicia a marcação da escada pela laje superior, começando com espelhos de altura padrão, e depois ajeita os degraus mais próximos do piso inferior (que ficam maiores ou menores que os demais). Outro disse que desenha na parede uma linha inclinada, desde a face inferior da laje de cima até o chão do andar de baixo, definindo a inclinação de acordo com o espaço disponível. Depois ele fixa uma medida de piso e espelho no esquadro e vai marcando a parede de cima para baixo. Se o último degrau não coincidir com o fim da linha inclinada, ele reposiciona essa linha, aumentando a inclinação da escada e a medida do espelho, e refaz o desenho na parede. São comuns pisos por volta de 23cm e espelhos de até 25cm. A partir dessas entrevistas, decidimos desenvolver uma ferramenta para auxiliar os construtores nas contas e na marcação das escadas. Pesquisamos calculadoras mecânicas e outros tipos de gabaritos, e relacionamos isso com a ideia do esquadro. Fizemos alguns protótipos, como um gabarito em chapa metálica que serviria, ao mesmo tempo, para calcular e para marcar o desenho dos degraus numa parede.

Uma limitação desse tipo de instrumento é que ele não é autoexplicativo: precisa de alguma instrução e aprendizado para ser usado. Outra limitação é que ele é difícil de reproduzir artesanalmente. Teria que ser fabricado em escala maior. Por isso, acabamos recorrendo ao clássico volvelle: dois discos de papel, papelão ou similar, fixados um sobre o outro pelo centro, com dados e ‘buracos’ distribuídos de tal maneira que o giro de um disco sobre o outro permite ver informações correlacionadas. Esse instrumento não funciona como gabarito de marcação, mas pelo menos ele possibilita saber quantos degraus de que tamanho serão necessários para vencer determinada altura, dando opções de escadas mais ou menos íngremes (e mais ou menos confortáveis).

 

Como, em muitas construções autoproduzidas, os espaços deixados para as escadas são bem pequenos, não nos preocupamos em seguir normas técnicas de prefeituras e códigos de obras. Mais importante foi garantir escadas de degraus iguais, porque essas, mesmo quando são relativamente íngremes, oferece menos perigo do que escadas com degraus irregulares. Mais recentemente, em 2020, transformamos o escadômetro de volvelle num aplicativo digital para celular e computador.

quem fez o escadômetro

O escadômetro faz parte das pesquisas da Rede Finep de Moradia e Tecnologia Social (MORAR.TS). A pesquisa inicial de entrevistas com pedreiros e concepção de protótipos foi realizada por Mateus Andreatta Barros, que então era bolsista de iniciação científica do MOM, orientado por Silke Kapp. Ela depois deu continuidade, criando o escadômetro de volvelle. Em 2020, Maria Fernanda Rezende Silva, também bolsista de iniciação científica, concebeu o escadômetro digital. A programação foi gentilmente realizada por Marcos Vinicius Rezende Silva, como contribuição voluntária.