
A pesquisa Autogestão e outros sinais de autonomia, conduzida pelo Grupo MOM, visa combater o apagamento histórico das experiências habitacionais autogestionárias - desenvolvidas em Belo Horizonte de 1996 a 2012 - reconstituindo as histórias de cada um dos 19 conjuntos por meio de uma interface colaborativa, que busca dar voz a todos os agentes envolvidos nesses processos: agentes públicos, assessorias técnicas de projeto e de obra, lideranças comunitárias, mutirantes e moradores. Tomando o caso belorizontino como ponto de partida, o projeto visa, também, elaborar um levantamento colaborativo das experiências autogestionárias, cooperativistas, ou com participação popular, direcionadas à produção da moradia em todo o território latino-americano, ampliando seu escopo original.
A pesquisa avança em duas frentes de trabalho com métodos distintos, mas cujos objetivos são complementares. Na primeira delas buscamos reconstituir a história da autogestão em Belo Horizonte, por meio do registro crítico do processo de organização popular, projeto e construção dos 19 conjuntos populares, reconstituído a partir da memória dos diversos agentes que participaram desses processos. Essa rememoração inclui, portanto, visitas de campo, oficinas participativas, levantamentos e entrevistas que têm como objetivo instigar a retomada destes casos. A segunda frente de trabalho atua na construção de um repositório, isto é, num levantamento coletivo de experiências de produção habitacional similares a de Belo Horizonte, que constituem alternativas aos modos vigentes de produção do espaço. O repositório cataloga atividades (experiências, marcos legais, grupos organizados e eventos) a partir de levantamentos colaborativos por meio de plataformas online e por ampla revisão bibliográfica.