A expansão urbana da bacia do Capão se deu sobretudo na década de oitenta. A ocupação atual é formada por milhares de humanos, não humanos, mais que humanos e suas histórias. Apresentamos aqui alguns importantes moradores que, em sua vida cotidiana e em relação com outros seres vivos e não vivos, mobilizam e constroem eventos e espaços na região.

Além dos moradores, ao final da página é possível visitar alguns espaços construídos pelo trabalho cotidiano de cuidado. Clique nos botões na maquete da bacia e conheça a galeria de arte ao ar livre, jardins, hortas, agroflorestas e outros espaços da bacia do Capão construídos pelos moradores. As fotos são de autoria de fotógrafos e artistas da bacia. Caso você seja morador da bacia do Capão e atue na construção de espaços produzidos pelo trabalho cotidiano envie sua foto e biografia na 1ª pessoa para o e-mail aguasnabaciadocapao@gmail.com. Ah! E caso você seja um observador nato dos seres não-humanos da bacia, envie-nos uma imagem e um breve texto sobre esse ser, queremos conhecê-lo. Preencha nosso formulário.
Ana Cláudia

Ana Cláudia Rodrigues

Meu nome é Ana Cláudia, sou formada em Biologia pela UFMG e sou mestra em Botânica. Atuo como educadora em uma escola municipal da região e sou moradora da Microbacia do Córrego do Capão. Acredito que a educação seja fundamental para desenvolver uma compreensão profunda dos desafios que enfrentamos, sejam eles ambientais, históricos, políticos ou sociais. Ela é a base para a construção de sociedades mais justas, inclusivas e sustentáveis. Investir na educação é investir no potencial das pessoas, na promoção da igualdade e no fortalecimento da nossa relação com a comunidade a qual pertencemos. “Além de um ato de conhecimento, a educação é também um ato político. É por isso que não há pedagogia neutra”, Paulo Freire.


André Carvalho

André Carvalho

Diretor de fotografia, filmmaker, editor, colorista e documentarista na @octopusfilmes. Sou um homem negro, periférico, ribeirinho urbano e morador da Microbacia do Capão. Nasci em Justinópolis, Ribeirão das Neves, mas minha família está aqui desde 1963, quando vieram de Lavras para trabalhar como agricultores em uma propriedade à beira do Córrego do Capão. O audiovisual é uma voz extremamente poderosa que uso para expressar minhas ideias e opiniões sobre as questões que afetam tanto minha comunidade quanto o mundo. Dedico-me a produzir conteúdo em vídeo para diferentes plataformas e estou sempre me reinventando, seja através de produções publicitárias, documentais ou institucionais.
Acredito que as histórias podem mudar o mundo e que elas são uma engrenagem importantíssima e poderosa para transmitir uma mensagem. Meus filmes não são feitos apenas para atrair novos consumidores, mas também para inspirar pessoas.


Clarice Flores

Clarice Flores

Sou ribeirinha urbana, moradora da Microbacia do Córrego do Capão. Conheci e passei a integrar o Núcleo do Capão em 2017 e desde então, tenho meus caminhos pessoais, profissionais e acadêmicos guiados pelas águas. Me encanto pelas culturas, vivências e saberes que se estendem sobre os territórios à beira d'água e acredito que os processos de resistência podem ser despertados pelo afeto. Sou uma das idealizadoras do Projeto Narrar é Resistir, que reúne áudio-narrativas de histórias e estórias contadas pelos povos do Rio das Velhas e seus afluentes. Acreditando no potencial das muitas atividade já desenvolvidas em nosso território, também me envolvi na criação da OR.LA, uma articulação das diversas construções coletivas dos moradores do Capão. Por meio dela, nos dedicamos a desenvolver tecnologias sociais de integração, sensibilização ambiental, valorização cultural e artística, mobilização social e comunicação popular para territórios ambientalmente vulneráveis, tendo como plataformas: o Núcleo do Capão (Manuelzão), o Projeto Narrar é Resistir: Memórias Ribeirinhas e a Agrofloresta Ciliar e Horta Comunitária Clareia Terra. Também faço parte de um bloco de carnaval, o Bloco Vejo Flores em Você, que luta pela descentralização da festa e democratização da cultura popular na periferia.


Erika Silva

Erika Silva

Nascida em Belo Horizonte, habita a sub-bacia hidrográfica do Córrego Piratininga, que integra, dentre outras sub-bacias principais, as dos córregos Capão e do Vilarinho, que desaguam no Ribeirão do Onça. Passou a integrar como voluntária, desde 2016, o Núcleo Capão - Manuelzão, que realiza ações integradas com a comunidade, buscando melhorias socioambientais tanto para o Parque do Conjunto Habitacional do bairro Lagoa em Belo Horizonte, quanto para o Córrego Capão e sua região hidrográfica de influência. Formou-se em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário UNA e é Mestra em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais pela UFMG. Atua nas áreas de meio ambiente e geociências, com enfoque socioambiental e em geotecnologias, incluindo pesquisa, produção, revisão e publicações, trabalhos de campo, abordagem e mobilização de comunidades em geral.


Gilda Pereira

Gilda Pereira

Nasci em Lavras e desde muito nova desenvolvi um amor profundo pelas plantas e pela beleza que elas proporcionam ao mundo. Cheguei em Venda Nova em 1963 junto de minha família para trabalhar como agricultores em uma propriedade à beira do Córrego do Capão. Vi o córrego se transformar ao longo das décadas, pois de onde tirávamos peixes e água para regar a produção de verduras e legumes, agora era depósito de esgoto e de lixo. Decidi criar um pequeno jardim na porta de minha casa, pois assim dificultava que outros moradores utilizassem o espaço como bota-fora clandestino. Comecei com algumas mudas de flores e arbustos, e aos poucos fui ampliando o jardim, até que ele se tornou um verdadeiro refúgio verde. Para mim, cuidar do jardim é mais do que um hobby; é um estilo de vida que reflete o quanto sou apaixonada pela beleza e pela vida.


Karlyle Miyamoto

Karlyle Miyamoto

Fui criado na região de Venda Nova onde vivi grande parte de minha infância e juventude. Sou graduado em Ciências Biológicas pela UFMG e especialista em Ensino de Ciências (UFMG) e Educação Ambiental (UFLA). Professor de Biologia na rede Estadual e Municipal de Belo Horizonte. Atuo na educação desde 1987. Em 2013 tive a oportunidade de participar do Projeto Manuelzão/UFMG com a EE Maria Carolina Campos, projeto no qual os estudantes são incentivados a serem “estudantes-pesquisadores”. Desde então o Córrego do Capão, próximo da escola, passou a ser nosso objeto de estudo. Muitos estudantes são moradores do entorno do Capão. Em 2016 aconteceu novamente o projeto do qual participamos ativamente de maneira que pudemos contribuir para a elaboração do livro “Monitoramento Participativo de Rios Urbanos por estudantes-cientistas”, cujos autores são a Drª Juliana França e o Dr. Marcos Callisto, professores pesquisadores do Laboratório de Ecologia de Bentos do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Uma experiência muito marcante que trouxe, além de conhecimentos, importantes reflexões entre os estudantes envolvidos. Mediante os desafios socioambientais que enfrentamos, é extremamente necessário provocarmos essas reflexões nos nossos jovens estudantes, e mais do que isso, ajudá-los na mudança de mentalidade e atitudes visando um mundo mais sustentável, socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente equilibrado.


Paula Murari

Paula Murari

Comecei a trabalhar com a temática do Córrego do Capão no ano de 2012 como professora da rede pública em uma escola da bacia hidrográfica do Capão. Sempre me interessei pelas causas ambientais e acho que quando estamos envolvidos com a educação temos a oportunidade e a obrigação de despertar o interesse dos estudantes para o meio em que vivemos.
Em 2012 trabalhei na Escola Municipal Professora Ondina Nobre onde realizei um projeto sobre a paisagem do córrego do Capão no bairro Céu Azul. Na época, percebi como a paisagem no entorno do córrego possibilita um trabalho interdisciplinar. Desta forma, procurei envolver todos os professores da escola. O trabalho foi muito rico, mas o envolvimento dos professores sempre envolve um desafio muito grande. Concluí que este tema deveria ser um projeto institucional, não apenas um ou dois professores. Gosto muito de realizar projetos educacionais, apesar da falta de apoio e espaço na escola. Este projeto se estendeu de 2012 a 2014, quando a escola participou da I Feira Interinstitucional de Ciências Aplicadas e Tecnologias - FECATEC, em 2014. Nesta oportunidade percebi um grande envolvimento da comunidade escolar.
Em 2016, mudei de escola e fui para a Escola Municipal Presidente Tancredo Neves, também na bacia hidrográfica do Capão, onde realizei o projeto: “As escolas na bacia: a história do Córrego do Capão na cultura local”, sensibilizando os estudantes a perceber que os cursos de água da região onde moram são um patrimônio que precisam ser reconhecidos e preservados. Além de mobilizar a comunidade a serem conscientes e multiplicadores de idéias sobre a preservação dos rios e córregos.
Em 2022 realizei o projeto: “Capão inspira práticas artísticas e sócio-ambientais na Escola Tancredo Neves". Trabalhei com estudantes do 8º ano do ensino fundamental realizando fotografias no ambiente que cerca o córrego e o espaço urbano em que pudemos observar residências e casas comerciais, que compõem a paisagem local. Queríamos usar a fotografia como denúncia, então direcionei o olhar dos estudantes para os entulhos, lixo e o descaso dos moradores para com o ambiente em que vivem.


Roseli Correia

Roseli Correia

Com graduação em História pela UFMG, Roseli atua na Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte desde 2002, como professora do Ensino Fundamental. Roseli é mestre em Educação pela Faculdade de Educação da UFMG (2002/2004). Também possui titulação nos cursos de especialização em Língua Portuguesa, “Teorias e Práticas de Ensino de Leitura e Produção de Texto – PROLEITURA – FALE/UFMG” (2020/2021); Gestão em Projetos Culturais – PUC Minas (2011/2012) e aperfeiçoamento em Educação Ambiental, pelo Centro Pedagógico da UFMG\Pró-reitora de Extensão, SECADI\MEC (2014). Participou da formação de professores no projeto “As Escolas na Bacia: A História do Córrego do Capão na cultura local” (2012), em parceria com Laboratório de Ensino e Pesquisa em História (LABEPEH – Centro Pedagógico/FaE/UFMG) e Secretaria Municipal de Educação (SMED\PBH).

Foi professora bolsista pela FAPEMIG, no projeto “Educar pela cidade: Memória e Patrimônio Cultural e Ambiental”, sob a coordenação das professoras Karla Pádua e Lana Mara de Castro Siman, FaE\UEMG, FAPEMIG (2013 \ 2015).

Nos anos de 2013, 2016 e 2022 realizou parceria, como professora da EMALC, participou do Programa “Monitoramento participativo da qualidade da água na região metropolitana de Belo Horizonte (MG): o uso de macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores no ensino fundamental e médio” - uma iniciativa do Laboratório Nuvelhas e do Projeto Manuelzão – UFMG; ICB-UFMG, com o objetivo de replicar uma metodologia capaz de promover a participação dos estudantes no cuidado dos córregos e rios urbanos. Em 2022, este projeto foi financiado pelo do Comitê de Bacias Hidrográfico do Rio das Velhas.

Em 2017 participou da seleção da proposta “Valorização de nascentes na Bacia Hidrográfica do Córrego do Capão, em Venda Nova”, pelo edital “Seleção Educares de Práticas de Referência em Educação Ambiental e Comunicação Social em Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos”, pelo Ministério do Meio Ambiente, disponíveis no site.

Entre os anos 2018 e 2019 assumiu a coordenação do Programa Escola Integrada da EMALC, onde em 2018, ajudou a desenvolver a proposta “Vamos cuidar das nascentes do Capão”, em parceria com o “Projeto Hidro ambiental: Valorização de nascentes urbanas”, fomentado pelo Sub Comitê de Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça (2017-2018). Também participou do 1º encontro “Comitê Jovem do Onça: Águas que entregamos”, promovido pelo SCBH Ribeirão Onça, Núcleo Izidora, Projeto Manuelzão – UFMG e SUS) e da Mostra de Investigação Científica Escolar (MICE / SMED – BH).

Em 2019 ajudou a desenvolver o projeto socioambiental “Debaixo do Asfalto o Rio”, garantindo a participação de estudantes no 2º encontro “Comitê Jovem do Onça: Águas que entregamos” (SCBH Ribeirão Onça, Núcleo Izidora e Projeto Manuelzão – UFMG), na 20ª edição da UFMG Jovem e na Mostra de Investigação Científica Escolar (MICE / SMED – BH).

Recebeu os Prêmio Paulo Freire, “Semente do Futuro”, promovido pela SMED – BH, primeiro lugar, na categoria: “Informação, ciência, tecnologia e informação”, entre os anos 2006/2007. Também foi indicada ao 4º lugar do Prêmio Paulo Freire, com a proposta “Educação ambiental no Ensino Fundamental”, na mesma categoria entre os anos 2003/2004.

Em 2021 participou como examinadora da banca “Jardins afetivos: Canteiros, latas e histórias”, da estudante Roberta Kely de Araújo - trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Arquitetura e Urbanismo, IFMG- campus Santa Luzia.

Desde 2020 tem auxiliado na implantação / implementação da Horta Comunitária Clareia a Terra, unidade produtiva que ocupa mil metros quadrados: área localizada nas dependências do Parque do Conjunto Habitacional da Lagoa, em parceria com a SUSAN/GEFAU – PBH e Fundação Municipal de Parques.

Em 2020 participou da construção coletiva da proposta “Narrar é resistir”, coletânea de narrativas ribeirinhas apresentadas em formato de “podcast” e disponibilizadas no site narrareresisitir.org. Esta proposta foi coordenada por Clarice Flores, que concorreu ao edital da “2ª Edição do Laboratório de Emergência COVID–19 - Reconfigurando o futuro”, uma iniciativa da Silo - Arte e Latitude Rural junto ao Instituto Procomum.

Em 2022, participou do 3º congresso “Boas práticas dos profissionais da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte”, com a proposta “Educação Ambiental na Bacia do Capão”, sendo também contemplada com a publicação deste mesmo trabalho na Revista Eco Escola BH, uma iniciativa da SMED.

Atualmente é agente de mobilização social e coordenadora do Núcleo Capão, em parceria como o Projeto Manuelzão UFMG, desde 2013, além de representante da sociedade civil, como conselheira, no Sub Comitê de Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça.


Caramujo Africano

Caramujo Africano (Achatina fulica)

Em 2021, estudantes do curso de Paisagismo do IFMG Santa Luzia, durante visita feita ao Capão para coletar informações solicitadas pelo professor de jardinagem, encontraram nas margens do córrego o caramujo africano (Achatina fulica). Segundo o pesquisador em helmintologia e malacologia médica da Fiocruz Minas, Omar dos Santos Carvalho, há indícios de que o caramujo africano chegou ao Brasil na década 1980, importado ilegalmente para substituir o escargot. O caramujo foi lançado numa Feira de Agropecuária no Paraná e os humanos imaginavam lucros imediatos. Entretanto, a espécie não teve sucesso comercial no Brasil e, suspeita-se, que foi solta no meio. Por falta de predadores naturais no Brasil, eles se reproduziram com muita rapidez, e logo se transformaram em pragas. A presença do caramujo africano no Capão é preocupante pois além de devastar hortas e agroflorestas, pode hospedar doenças. Observem como um fato econômico e ecológico, que teve início há quarenta anos, interfere na produção espacial até os dias atuais.

O caramujo, neste contexto, é o que Anna Tsing chama de feral: “os vivos e não vivos mais que humanos que se envolvem com as infraestruturas imperiais e industriais”. Tsing, que é antropóloga, segue rastros e persegue o movimento das manchas de destruição no Antropoceno — termo usado por alguns cientistas para designar o período mais recente na história do Planeta Terra, caracterizado pela grande interferência dos seres humanos no meio ambiente. A autora coloca que o Antropoceno fragmenta em campos do saber os acontecimentos, — por exemplo, urbanistas não consideram as plantas, bichos, fungos e outros seres nos estudos urbanos, e biólogos não consideram o trabalho humano como produtor de biomas — por isso é preciso que o trabalho da descrição destas manchas moventes seja coletivo e transdisciplinar. Seu trabalho consiste em buscar formas de contar as histórias de modo que não paralise o leitor frente às catástrofes ambientais, mas sim os estimule a fazer conexões e críticas.

O caso do caramujo africano às margens do córrego do Capão ilustra o conceito de agência¹ de Bruno Latour. Agência é algo que envolve uma inter-relação entre diversos atuantes humanos e não-humanos, e não, simplesmente, uma ação individual ou coletiva. Ana Baltazar e Silke Kapp chamam de agência política um processo de transformação social criado coletivamente. Quando olhamos para a história do caramujo, percebe-se que os atores humanos são apenas fragmentos de uma rede muito mais extensa de produtores do espaço.

Este texto foi escrito por Núria Manresa em outubro de 2022.

¹ Baltazar e Kapp traduziram o termo agency por agência embora na edição brasileira do livro seminal de Bruno Latour, Reagregando o social, o termo agency tenha sido traduzido por ação.


Coruja Buraqueira

Coruja buraqueira (Athene cunicularia)

No jardim da Esperança, às margens do córrego do Capão, mora uma coruja buraqueira. Se quiser vê-la, ofereça ajuda a Gilda Pereira para regar e cuidar das plantas do jardim ciliar ao entardecer. O fim da tarde, quando o sol está se pondo no horizonte, é o melhor horário para regar as plantas e é também o horário mais ativo desta coruja. As corujas buraqueiras moram ao longo de toda a América, do sul do Canadá até a ponta mais ao sul da América do Sul. No Brasil, ela podia ser encontrada ao longo de todo o país, exceto na Amazônia. No entanto, com o aumento do desmatamento e construção de rodovias, nos dias de hoje, é possível encontrar corujas buraqueiras até mesmo na Amazônia, sobretudo nas proximidades de Manaus. Isso se dá porque elas gostam de viver em espaços planos e abertos, como planícies, cerrados, praias e também aeroportos, pastagens, gramados, cidades. Se por um lado os espaços típicos da urbanização extensiva (BRENNER, 2018),como os pastos, aeroportos e rodovias, proporcionam características que agradam a coruja buraqueira, por outro lado, essas paisagens operacionais apresentam perigos inesperados para essas aves.
O sobrenome buraqueira ou cunicularia, que vem do latim, significa “quem cava minas e túneis" e foi dado por humanos ao perceber que estas corujas gostam de fazer seu abrigo em buracos existentes no solo ou cavados por elas. Acontece que um predador maquínico, como um carro, um trator, ou as rodas de um avião, em sua velocidade dos tempos contemporâneos podem, em um piscar de olhos, tapar os buracos-ninhos e matar sufocadas as corujas e seus filhos.

Este texto foi escrito por Núria Manresa em junho de 2023






maquete_moradores